quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Presa




Presa

Sou presa de um destino, de uma vida
cativa no perpétuo diminuto,
na dúvida se devo, ou se permuto:
eu sou a que se integra, dividida.

Sou meio que Florbela, a possuída
por sonhos inefáveis, pelo bruto
roteiro de viver num só minuto
a ascese eternamente suicida.

Às cinzas do que sinto, borralheira,
nos seios de uma lusa, brasileira,
tranqueira de mulher que é pelo fim,

destaco-me na dor, por minha fé,
amálgama de vítima, de ré:
desprendo-me, desprendo-me de mim.

*** Img - by harmonyfinearts
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3 comentários:

BAR DO BARDO disse...

msk

estamos trabalhando...

grato

Marcelino disse...

Gosto muito de Florbela Espanca, uma leitura fundamental para quem aprecia o versejar com conteúdo. O interessante é que a presença dela em teus textos, tão mais bem humorados que os olhos lânguidos e violáceos da portuguesa, dá um tom sensacional a teu soneto.

BAR DO BARDO disse...

Isso aí, Marcelino.

Tento fazer um tiquinho diferente. Grato pela ousadia de me ler.