sábado, 7 de fevereiro de 2009

Ao corpo


Ao corpo me limito, sou recluso
Da carne e seus asseclas prisionais.
É cômodo o contido pelo uso:
Assim o conteúdo com seus ais,

Assim o continente com abuso,
Assim incontinente em saturnais,
Assim sem ter “contudo” o parafuso;
Na troca, pois, do “mas” por “um a mais”.

O corpo de infinitos me devasta,
Cumprindo o seu deserto num sistema
De fúria que se irriga à serpentina.

O corpo me dá tudo e não se basta!
“Servir a meu senhor!”, esse é o seu lema.
“Senhor a me servir!”, sua rotina.

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