Dá o pé, minha loura!
Não sou Glauco Mattoso, mas o pé
fascina-me também; mais, me refiro:
limpinho, feminino, sem chulé,
calçado ou desnudado, o que prefiro.
O gosto não discuto, como fé,
pertence ao indivíduo, seu Empíreo.
O pé com pedicura é cré com cré,
delícia para a língua, meu delírio.
Um salto é o seu altar que em sobressalto
me assalta, a se assumir sadomasoca,
e eu nessa me conduzo ao que queria:
"Me pisa, que eu te lambo e nos exalto,
te mordo até gemermos numa troca
de gozos pelo deus Podolatria."
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