Kazuo Ohno
Silêncio, uma lacuna se escancara,
o tímido lamento da mudez,
um gênero conciso que se fez
da gênese primeira... Deus é o cara!
Cultura pó-de-arroz de um japonês,
um Ohno de butô que se mascara,
da máscara retórica declara
seu farto laconismo, palidez.
Às claras nada fala, nem aí,
a ausência como cena de saída
de um sim repercutindo-se em entrada.
Portais de um intercepto frenesi,
disfórica e dramática subida,
contente com sua dita concentrada.