terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Soneto clássico
Cupidon, par Bouguereau
Soneto clássico
Os Zéfiros assopram para a seta
da cúpida arqueria, por seu alvo
no peito que se ilude, pela meta
no seio, que se criva, de papalvo.
De pouco lhes importa se projeta
loucuras, se ela é feia, se ele é calvo;
importa-lhes muitíssimo, os afeta,
manter o tal revés a são e salvo.
Cupido, com seus cúmulos de vento,
se ri da travessura que detona,
dos golpes de ilusão e sofrimento.
Às dores desse mal, o dom e a dona,
penados pelo crime do momento,
liberam-se num gozo que aprisiona.
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