sábado, 2 de janeiro de 2010

A um jasmineiro


Jasmine - by Aaron Craven

A um jasmineiro

Ônibus, carros e motos
passam por ele, ignorantes
dele e do que produz.
E as bicicletas? O mesmo.
Discreto - como uma lesma
que rasteja por seus trilhos
de gosma - o vegetal
se abriga sob um outro Maior.
E é no meio da calçada,
lá no seu pique-esconde de meia tigela,
que o tímido jasmineiro
materniza aquela série
de trombetas-alvíssaras decaídas de sua seiva.
Divinas. Delicadinhas.
São chucras também. E como!
Os entes que não se ausentam da Beleza bem o sabem,
perfume forte e sutil
que inebria até abstêmios togados.
E os transeuntes menos egoístas,
pelo tato que há nos olhos,
são capazes do reclame:
jasmim.


*** A crítica literária Gerana Damulakis fala um pouco acerca da poesia na blogosfera e me publica em seu prestigioso blogue Leitora Crítica.

*** E eu já havia vaticinado no penúltimo post (mais risos!)...


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