José Leonilson: 34 with Scars, 1991
Tankas
O que me seduz
é cheio do meu receio
de se dar à luz,
é tudo o que não se vê,
e faz o maior auê.
Se não há cereja,
há fruta que se transmuta
no que quer que seja,
gosto de açúcar e sal,
íris de cor tropical.
Sei que falarão -
que falem, mas não me calem! -
que sou falastrão,
mas o peito não se estanca
ao produzir mais um tanka.
Em vias de stress,
a via que não havia
eu vi de viés.
Daí a visão do belo,
o gelo por que me pelo.
Eu queria uma
não fake, tipo de um Eike
Batista sem Luma,
fortuna para gastar:
gatas e pose de star.
***