in imotion
furuike ya
kawazu tobikomu
mizu no oto
Ai! A rã salta...
UTI, dois dias.
Depois, alta.
das mãos delicadinhas que vos tecem
desnudo o tecido
floresça
assoma ao açude
a rã-macho na fêmea
que saúde!
um choro manhoso
de fome e de sede
de leito e de leite
O sapo foi lá e pam!
Por que o crédito
foi dado à rã?
em meno ou em andro
uma rã mergulha
de escafandro
tomadas de assalto
estrelas na passarela
magrelas no salto
não há patamar
barulho de rã
marulho de mar
O sol me amamenta
em meio a um mar de sereias,
seios de tormenta.
não é pula-pula
o barulho que não para
é rã que copula
Na rua lá fora
verás que três não transitam:
eu, aqui, agora.
o monge medita
até que a rã
ah... mardita!
No lago ou no tanque
não quero barulho d'água -
que o haicai se... estanque!
por que sapo repousa debaixo de poste?
spot &
mariposa tostada.
numa quitinete
lá nos quintos dos infernos
nem o cão se mete
Foi no velho tanque -
a maravilha se fez -
barulhinho d'água.
Um amor isento -
a seta passou triscando
por causa do vento.
adita loucura -
à lua do sol nascente
uma rã procura
rãzinha sapeca
que quando salta parece
uma perereca
não há quem não ouça
o sopro na sopa
o sapo na poça
Bioma do muro:
o limo,
um anfíbio anuro.
*** Gostaria de indicar no excelente blogue POEMARGENS, do dr. zantonc, a leitura de Orides Fontela. Grato!