segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Lixão Nossa Senhora de Fátima

Lixão in ME

Lixão Nossa Senhora de Fátima

Havia no caminho da pedreira
um lixão. Sob as lonas, de improviso,
um turno cochilava. (Ladroeira...
Santíssima de Fátima! - ajuízo.)

Eu fui por entre as poças, na ladeira.
Vacilo lá reverte-se em preciso
de Deus e de ambulância. Bebedeira.
Cachimbo de calhau. De sobreaviso

a mina de menor com seu recém
de colo nas mochibas. A criança
suspeita que por cento não é cem,

exigindo de mim a reação;
do caminho das pedras, esperança;
da caçamba de lixo, nutrição.


Eu escrevo (literatura) com uma certa constância desde os 15 anos. Há 30 anos escrevo, pois.
Tudo o que queria na vida era ser poeta. Eu sou poeta.
O maior trauma do poeta era não conseguir compor um soneto dentro do modelo clássico. Já consigo.
Mas eu também sei, hoje, fazer um soneto beijar os meus pés.
Beija! Beija!!!

***
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