terça-feira, 22 de março de 2011
Do morto
"Dia Eterno" - Violetas de Outono
Do morto
Queremos que o defunto não se apegue
ao fato de que amamos condoídos
o corpo e sua alma concedidos
ao Alto. Não paramos, porque segue
a sina pelos sinos retinidos;
a sina deste chão que vá, carregue;
a sina que há no vão que não lhe negue;
a sina que desdobra-se em sentidos.
O morto, candidez de liberado,
ocupa-se em silêncio do bocado
que caiba, porque aqui o desmamamos.
Ao pó que o devolvemos há pranteio.
Um pouco de cinismo pelo meio.
Vedada a sepultura. Nós o amamos.
***