sábado, 18 de agosto de 2012

Duelo



(30)
São pulgas, carrapatos, o meu fruto,
o pomo que à discórdia não me atrevo?
Cachorro não lhe xingo, mas refuto
a ação parasitária do que escrevo.

Só sei da poesia que percuto
ou, mais, literatura de relevo.
Não sei de cachorradas nem disputo
os ácaros nos versos de um coevo.

Se faço citação, é por saber;
difere de um canino que só late
devido a suas sarnas, seu sofrer.

Coçando-se, Piligra, se debate
aquele que só sabe debater
acerca de cacau ou chocolate.

*** O texto acima faz parte de uma peleja sonetística no Facebook entre o poeta grapiúna Piligra (foto) e este. E é lógico que eu estou ganhando, até aqui.
*** Na Semanaonline de hoje (sábado), falamos do livro Pulmão de Aço, de Eliana Zagui, e da revelação musical Lana Del Rey.
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12 comentários:

Leo Lamarão disse...

Nesse embate poético aprecio o momento
O vencido ainda não sei
O vencedor..nós outra vez.

O soneto um tanto Siphonaptera
Com alguns traços Ixodidae
Vou arrumar um canil.

Minha vitória aqui sem lutar
Foi ter sido enfim o primeiro a comentar!!

BAR DO BARDO disse...

Assim eu vou ao céu,
que comentas com rimas,
compondo... obras-primas...
(Mais ou menos, né, Leo!)

Agora o lexical
em latim no seu canto
é condão de quebranto?
Não sei, mas nem a pau!



Abraço, LL!

Adriana Godoy disse...

Pô, demais! Beijo

BAR DO BARDO disse...

Valeu, Adriana!

Jarbas Sovski disse...


Pimenta:

Em minha juventude, lia o que passasse ao alcance das mãos, inclusive literatura de cordel, que geralmente (me parece) vem em redondilhas.

Até hoje me lembro de alguns versos (em travalíngua) da Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum: "quem comprar a paca cara, paca cara pagará".

Dias atrás consegui reler toda a peleja, na Internet. Muito boa, realmente. Usa um tipo de rima e métrica que não prende o poeta numa camisa de força, dando-lhe ampla liberdade de criação. Dias atrás fiz um teste, meio estilo cordel, justificando o meu voto de protesto neste ano, e acho que consegui dar o recado que pretendia. Aprendi que quando você formula uma idéia geral clara, as palavras aparecem naturalmente, sopradas pelas Musas (bom, em tese, porque tive que arrancar tanha a fórceps de um dicionário de rimas onlaine...).

Pela sua resposta a Piligra, parece que o baiano andou pegando pesado com você. Não dava para ele metaforizar passarinhos, pandorgas e barquinhos de papel?

Continuo assinando Jarbas, não por medo de algo (bom, um pouco, ou um muito, de medo, neste mundo tecnológico-medieval, nunca fez mal a ninguém), mas apenas porque acho que as idéias são mais importantes do que as pessoas de onde elas provieram. Mesma linha de raciocínio de um ensaista poético interessante, o Márcio André dos "Ensaios Radioativos", que caça Poemas, e não Poetas.

BAR DO BARDO disse...

Sovski, feito cordel,
pelejo com Piligra,
é poesia ao léu
que aquece a boa briga.

Não gosto dele, não,
metido a ser melhor,
lhe dou na cara à mão
tal martelo de Thor.

Se brinco ou se é real,
só ele é quem dirá,
depois de levar pau,
vegetando, gagá...


Abraço!

BAR DO BARDO disse...

Ah, o Piligra se incomodou e pediu para postar a resposta dele:

Sovski, vou lhe dizer,
Henrique é falastrão,
Peleja sem poder
Vencer, nem eleição...

Tropeça no soneto,
Faz risível papel,
Treme feito esqueleto
Bebendo o próprio fel...

Pimenta, o meu oponente,
Leva aqui uma pisa,
Se brinco, então ele mente,
Na maior cara lisa!

Jarbas Solovski disse...


Ao Piligra, com alguma licença poética.

Um cantador repentista,
tirando fel de esqueleto,
já virou surrealista,
modernista de panfleto.

Prefiro, com MB,
fazer sapo pantaneto
botoar casaca azul
num besouro de coreto.

Ou então, com MQ,
pedir a defunto preto
que arregale olho azul
pro poeta lá do gueto.

Jarbas Solovski disse...


Adendo necessário:

Mas sério: surrealismo
desse jeito é muito bom:
não tira o sentido da frase
nem esfaqueia a razão.

Seu Piligra e Seu Pimenta
trocam farpas de montão;
mas (como gatinhos novos)
sem maldar no coração.

Ou isto é só ficção ?!!

byTONHO disse...



Duelo LOU...CÃO!

Au...au...au...torais!

:o)

BAR DO BARDO disse...

Jarbas,

grato pelas colaborações!
Seja feliz!

BAR DO BARDO disse...

Valeu,

mestre Tonho!