quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ignacio Fontes, Refugio paradójico para después de hacer el amor



Refúgio paradoxal para depois de fazer amor

De costas, de contra,
dormindo, confiantes
de que o mal só poderá vir
de frente.
O tronco refugiado
em outro como,
nu, desprotegido,
e ambos corajosos:
mal nenhum há de chegar
do sonho obscuro,
do invisível túnel
que começa
na pele do seu dorso
e funde seu negror
em uns centímetros
cúmplices do mistério:
como um curta
opaco de luz e cálido de corpos
cujo final está cercado
por outra pele, a sua,
a suas costas.

(Tradução livre de Henrique Pimenta)


Refugio paradójico para después de hacer el amor

Espalda contra espalda,
en la cama dormidos, confiados
en que el mal sólo podrá venir
de frente.
La espalda refugiada
en otra igual,
desnuda y desvalida por sí sola,
y ambas confiadas:
ningún mal podrá llegar
del sueño oscuro,
del invisible túnel
que comienza
en la piel de su espalda
y funde su negrura
en unos centímetros
cómplices del misterio:
un corto recorrido
opaco de luz y cálido de cuerpos
cuyo final está tapiado
por outra piel, la suya,
de outra espalda.

*** FONTES, Ignacio. Jardín Meridional. Murcia: Editora Regional de Murcia,1993, p. 49.
*** Ignacio Fontes (Lo Pagán, Murcia, 1947) ha desarrollado la mayor parte de su carrera periodística en las revistas, desde Cambio 16 (secretario general de Redacción, 1975) a Interviú (director, 1989). Es autor de quince libros de ensayo, narrativa y poesía, y premio Sésamo de novela de 1983. Ha desempeñado destinos en la prensa escrita, en radio y televisión, como reportero, informador político, comentarista y en tareas directivas. Como escritor ha publicado ensayos, libros de poesía, relatos y novelas, de las cuales "Casa habitada por murciélagos" fue distinguida con el Premio Sésamo. Interesado en el lenguaje, en el papel social de la prensa y en la crítica anticorporativa, parte de su tarea ha girado alrededor de estos temas. (Fonte: Tres Fronteras Ediciones)
*** Semana OnLine #38, entrevista com Renato Suttana e resenha de seu novo livro.
Share |

8 comentários:

Fred Caju disse...

Não tenho vergonha de dizer que não conhecia o Fontes. Tenho orgulho de dizer que vou procurar mais do trabalho do camarada.

BAR DO BARDO disse...

Calma, Caju!

Eu gostei dele via Google Books. Mas eu ainda precisaria estudar muito para conhecer de fato a poesia dele. Na realidade, ele é mais um autor quase desconhecido, como tantos que quase desconhecemos.

Abraço!

Adriana Godoy disse...

Yes, conheço alguma coisa dele via um amigo que me apresentou. Mas ainda não sei muito sobre o cara. De qualquer maneira, valem os versos, as palavras pungentes, enfim, salve a poesia! Bijous

BAR DO BARDO disse...

Adriana, parabéns!

Conheço-o há pouco - e muito do pouco que conheço me encanta.
Beijo!

Leo Lamarão disse...

Assim como nosso povo, não tenho muito costume de ler e entender,
O pouco que me viro das páginas é o que me faz ver e crer.
Histórias, estórias, poesias e contos, cada seu com cada um,
Na minha adolescência o lugar de fazer amor era o banheiro...

Cinco contra um.

Abraços
(Ignácio Fontes também, oras, não conhecia)

BAR DO BARDO disse...

LL,

o banheiro não perde seus atrativos eróticos à puberdade. Mas a gente envelhece, as palmas das mãos se enchem de calos e há sempre alguém a higienizar os banheiros...
Abraço!

byTONHO disse...



De costas não se vê,
mas sente-se!

Faz sentido sentar e sentir...

:o)

Oh not!

BAR DO BARDO disse...

Tonho,

de frente parece melhor, tipo olhos nos olhos.
Abraço!