CONSAGRAÇÃO
DO MENOS
O bom de
profanar-me a todo instante,
sentindo-me
senhor de meu nariz,
permite-me
sonhar com flor-de-lis,
à vista
deste espelho radiante.
O bom de
liquidar-me, tão constante,
com rápidas
consultas ao que diz
de modo
especular minha matriz,
profunda em
seu olhar, em seu semblante,
o bom é a
danação, a desistência
de ser e de
servir de modelinho,
padrão de
hipocrisia bem fornido,
o bom é a
doação de uma existência,
com foco na
verdade em desalinho,
ao fogo que
consome e é consumido.
CG - 15/07/20
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