terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Dona Bela


Dona bela


Sou dum tempo de rosas no jardim
E dois dedos de prosa na garganta:
Com palavras e glosas sem ter fim,
Quando a boca dá fora e se agiganta.

Sou dum tempo de risos de pasquim
E do longo perigo via ganja.
Vejo que estou perdida para mim,
Sinto a moça ferida pela canja.

Eu podia sorrir com elegância,
Eu podia encantar muito rapaz...
Mas o tempo de rir ganhou distância

E ensinou-me a calar, como o que jaz.
Atitude senhora, dona bela,
Restou-me a sina de vovó banguela.

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