Dona bela
Sou dum tempo de rosas no jardim
E dois dedos de prosa na garganta:
Com palavras e glosas sem ter fim,
Quando a boca dá fora e se agiganta.
Sou dum tempo de risos de pasquim
E do longo perigo via ganja.
Vejo que estou perdida para mim,
Sinto a moça ferida pela canja.
Eu podia sorrir com elegância,
Eu podia encantar muito rapaz...
Mas o tempo de rir ganhou distância
E ensinou-me a calar, como o que jaz.
Atitude senhora, dona bela,
Restou-me a sina de vovó banguela.