terça-feira, 24 de março de 2009

Solo

Eu, aqui, não pretendo fazer o tipo "tristinho".
Como não sou usuário do lance nem da coisa, tento reprimir os ataques depressivos como um recruta desastrado em guerra desastrosa.
Às vezes, a parada pega a gente de jeito, nos sangra (isso é uma metáfora, tá?), e o melhor a fazer é deixar fluir.
Quase que de imediato procuro o meu par de tênis. Em pouco tempo, já estou na corridinha de dez quilômetros. Aprendi, tudo sai com o suor... Antes sair com o suor do que com sangue (de verdade). Aprendi outra coisa também, só a rúcula salva!



Solo

Fastio, o tenro tédio, o roto furo,
Libero os animais ao desgraçado,
Contenho o meu fiel no páreo duro,
Balança equilibrada por enfado.

Não quero descendência nem futuro.
Não quero eternidade nem passado.
Eu quero o meu presente de imaturo,
Somente uma semente para o fado.

Respiro porque é fácil e inconsciente,
Permito-me vivendo por enquanto,
De modo que não canse este vivente.

Não sirvo para a vida de ser sério,
Na cama é que me encontro no meu canto,
Humilde como um corpo ao necrotério.

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