sábado, 28 de março de 2009
Via dupla
Asinhas
Decerto vem do cetro o teu poder,
Mercúrio, o caduceu que não caduca,
De dentro, mais de dentro, na arapuca,
Do centro viperino o grão do ser.
É certo que no Olimpo vai arder
O gelo paralítico da nuca,
Por sempre em movimento de muvuca,
Por nunca mais à culpa se render.
Permuta pela via das virtudes
Humanas, de seus vícios, por que viva
No supra a sensação; portanto, supra
De gozo o sentimento brando e rude,
Caminho para cima que cativa,
Respeita pelo pó e após estupra.
Se (mas não o de Rudyard Kipling)
Se fico, meu temor é ser comido.
Se corro, uma talvez, apenas uma...
Na frente e mais adiante se se esfuma
A pluma de meus pés, anjo caído.
Se fico, meu amor é corrompido.
Se corro, não há chance, não, nenhuma...
As mãos que estão nos pés, bolhas de espuma,
E os pés são pelas mãos de algum cupido.
Se fico na partida sequestrada,
Se fico só na dúvida da estrada,
Se fico será tarde para a entrega.
Se corro no porém de uma largada,
Cão, Tu!, com teus caninos fio de espada!,
Por onde vou, se corro e não me pegas?