segunda-feira, 6 de abril de 2009
Dois sonetos acerca da alteridade
Versus
Somente é na peleja que o melhor
Obriga-se à cereja do glacê.
Na briga que lhes cega é o que se vê,
Em cima desse ringue, pela mó,
Torturas abscissas, mal maior
Ordena-se por cima, assim porque
Vencido e vencedor são só você
Sonhando que você está sempre só.
Sonhando desse jeito, não se dão.
O tal do preconceito pelo contra
No peito cordial se desencontra
E o choque de elementos é a questão.
Termina-se com os manos feito otários,
Os dois sendo só um, um solitário.
Bar Abbas
Amigos pela cruz de Barrabás,
Amigos de Jesus, ou seus irmãos,
Cordões que são cortados porque jaz
A vida pelo umbigo. E é pela mão
Da vívida sem máculas, na paz
Da casta mamãezinha do sermão,
Que crescem inimigos. Ferrabrás
Das brasas abrasivas, contramão
Na via das virtudes atestadas,
Eu quero do meu sangue – que é contigo;
Eu quero, pois, exangue do que esbanjes,
Que é bem e patrimônio por estada
Na casa da família. Sem abrigo,
Arqueja-te, inimigo, ao meu alfanje!