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Por trás daquele muro pichado
A casa desalinha-se em sujeira.
O pó é já de entranhas, as decora.
As teias se acumulam como feira
De aranhas e o terror é por agora.
A roupa de encardida, como cheira.
Os móveis não se queixam da demora.
Os restos pelas tampas das lixeiras
E, insetos legionários dentro e fora.
A louça toda à pia, como fede.
Há vermes consumindo o que foi ceia,
Em cena bem difícil para a vista.
No quarto do casal, não se vê, que é de?
O sangue no lençol veio da veia
Do santo que Jesus veio em visita.
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Tipo “O Falcão Maltês”
O cara se aproxima de lilás,
espocam-lhe miríades de lodo,
um riso meio travo para trás,
aos olhos de uma sombra. De uma sombra?
A moça que observa é bem capaz
de intriga, competente por engodo,
a luz de um abajur define-a, mas:
que isso, meu amor, assim você me assusta!
Na cama havia sangue e a lingérie
de oncinha,
feito uma trama aborígene.
O tarja preta
próximo do bilhete, cocaína,
a lâmina...