quarta-feira, 1 de abril de 2009

Je suis noir...

http://filmhistory.files.wordpress.com/2007/10/maltese.jpg




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Por trás daquele muro pichado

A casa desalinha-se em sujeira.
O pó é já de entranhas, as decora.
As teias se acumulam como feira
De aranhas e o terror é por agora.

A roupa de encardida, como cheira.
Os móveis não se queixam da demora.
Os restos pelas tampas das lixeiras
E, insetos legionários dentro e fora.

A louça toda à pia, como fede.
Há vermes consumindo o que foi ceia,
Em cena bem difícil para a vista.

No quarto do casal, não se vê, que é de?
O sangue no lençol veio da veia
Do santo que Jesus veio em visita.





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Tipo “O Falcão Maltês”

O cara se aproxima de lilás,
espocam-lhe miríades de lodo,
um riso meio travo para trás,
aos olhos de uma sombra. De uma sombra?

A moça que observa é bem capaz
de intriga, competente por engodo,
a luz de um abajur define-a, mas:
que isso, meu amor, assim você me assusta!

Na cama havia sangue e a lingérie
de oncinha,
feito uma trama aborígene.

O tarja preta
próximo do bilhete, cocaína,
a lâmina...
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