sexta-feira, 22 de maio de 2009

Ao chororô pela cátedra de literatura brasileira

Dedico esta postagem ao poeta e romancista José Carlos Brandão, mantenedor do excelente blogue Poesia Crônica.


"Este livro é pois um ensaio ou antes amostra. Verá realizadas nele minhas idéias a respeito da literatura nacional; e achará aí poesia inteiramente brasileira, haurida na língua dos selvagens. A etimologia de nomes das diversas localidades, e certos modos de dizer tirados da composição das palavras, são de cunho original." - acerca do idílio de Martim com a virgem dos lábios de mel, em carta ao Dr. Jaguaribe, agosto de 1865.


Ao chororô pela cátedra de literatura brasileira

Quem lê literatura brasileira
na escola porque deve, de castigo,
cumprindo o PCN na coleira,
caída adolescente em texto antigo,

cuidado com a leitura de primeira,
que prima porque exige que o perigo
permeie todo o livro de maneira
que oculte a tessitura num abrigo

rupestre e, nesse escrete de encrencar,
o cérebro moçoilo só blasfema.
Na língua deste livro (um Alencar),

o tema e mesmo a trama... que problema!,
dilema como lema há de elencar:
quem hoje há de chorar por Iracema?!
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