- somente os olhos aduncos de um Moacy Cirne
percebem o poema abaixo -
Recebi, por mais uma vez, a honraria de estar presente no Balaio Porreta 1986, do incurriculável Moacy Cirne. Para se ter uma noção do cara, ele escarafuncha poemas até no grafismo dos kadiwéus (vide acima)... E não é só isso não, dizem as más línguas que ele é, provavelmente, a maior autoridade em HQ no Brasil. Apesar de professor universitário já nos suspensórios de seus aposentos, o cabra não para de pesquisar e de produzir intensamente. Pelo jeito, só falta ter nascido no Rio Grande do Norte, ser simpático, entender um pouquinho de cinema e de sci-fi. Mas, ó, tem muito mais ainda nesse balaio da porra!
No mais, respiremos um muito de cultura lá no Balaio
e também no Poema-Processo
Depois do fim, vou postar abaixo um poema nada a ver em homenagem ao Chico Doido de Caicó.
O falto
A falta satisfaz ao deprimido.
Dá alta ao moribundo por que pene.
Assalta a drogaria, comprimido
ou pílula de mal que lhe apequene.
A falta sobressai-se a sua libido.
A falta sobressalta-se perene.
Efeito de um peralta descabido
ao cabo da pilhéria que o condene.
O falto sempre cai... e mais ainda...
em cãs, despenca ao caos de um holocausto,
ao forno de uma besta que lhe brinda
à câmara de gases, e ele, exausto,
o fio de seu vazio não deslinda,
fastio lhe acompanha como fausto.
O falto
A falta satisfaz ao deprimido.
Dá alta ao moribundo por que pene.
Assalta a drogaria, comprimido
ou pílula de mal que lhe apequene.
A falta sobressai-se a sua libido.
A falta sobressalta-se perene.
Efeito de um peralta descabido
ao cabo da pilhéria que o condene.
O falto sempre cai... e mais ainda...
em cãs, despenca ao caos de um holocausto,
ao forno de uma besta que lhe brinda
à câmara de gases, e ele, exausto,
o fio de seu vazio não deslinda,
fastio lhe acompanha como fausto.