Ciranda, cirandinha
A força da ciranda me continha.
Contida ao descontrole de quem ama,
tentava pelas fronhas, cirandinha,
vencer a gravidade sobre a cama.
Sorria de meu pânico, tontinha,
chorava na bailia que esparrama
as pernas aos extremos em que a linha
perdia-se nas curvas da desgrama.
O jogo chega ao máximo, congela.
O tronco, desatado, me alivia.
Tão trêmula, que brinco de estertor...
E agora, que é já fim, uma sequela:
desejo de mais voltas, todavia,
em cima de meu corpo, o cobertor.