sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Fotografia

Fotografia
 
Um tiro não se perde se é preciso,
atinge bem no peito ou no cachaço.
A caça que se abate é do juízo:
troféu, ou alimento pós-balaço.

O campo de uma câmera, conciso.
O vão que lhe penetra, seu pedaço.
O golpe de uma vista ao paraíso,
preciso como um tiro no regaço.

O belo circunscreve-se entre luz
e sombras, emoldura-se em debique,
e o plano desse quadro se conduz

ao termo, por que súbito se explique
o frêmito fantástico dos nus
olhares epifânicos do clique.


*** Namastê!
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