domingo, 23 de agosto de 2009

Três poemas percussivos...

The Suicide of Frida Kahlo, 2004; by Trek Thunder Kelly




Ai

Guizo de serpente,
venenoso muito mais
que seu par de dentes.



Ai, ai
Se há barulho porque piso,
me ajuízo de repente.
Não se vê, mas pelo guizo
pode ser uma serpente.



Ai, ai, ai
O guizo da serpente, um idioma
corrente nas colunas sociais,
presente nas manchetes, ele soma
o menos com a mentira ao muito mais.

A foto mal batida como toma-
tes podres sobre a fama do rapaz,
da moça, não celebra, desengoma,
difama, calunia por detrás.

É sino que badala sem aviso,
assanha, manipula com o badalo
façanhas e a peçonha ao paraíso.

O brilho com seu halo pelo ralo...
Sem Deus, o humano ofídio com seu guizo
compõe uma tragédia a Frida Kahlo.
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