sábado, 17 de outubro de 2009

Poeminhas de apelo popular X (ed. especial - para ler Emily Dickinson e Manoel de Barros)

We lose — because we win —
Gamblers — recollecting which
Toss their dice again!
ED



(Eu tenho doutorado em formigas.) - MB



1.

a.
Se está longe, em alerta!
Se, perto, o peito aperta!
Uma alma ingênua, gema
que geme e... e desperta.

b.
Algemas,
a dupla que nos comprime, gêmea,
mas só prende se estiver aberta.



2.

Querer na frente
e em revés.
Querer diferente,
de viés.
Querer o decente,
o que és.
Querido, o que sentes
sob os pés.



3.

O fogo dessedenta
O vulcão que te vibra.
O pico te sustenta
Com seu vórtice em fibra.
Pandemônio contenta,
Que te alumbra e equilibra.



4.

"Aqui  jaz"
Restaurante

Estamos atendendo

(Somente self service)



5.

Não é colibri...
Não é beija-flô...
Vai bater as asinhas, ih!
Voô.




6.

Amor tu consomes.
Amor eu consumo.
E ficamos só
Com o sumo.




7.

Sinta e se liga
no que a cinta-liga.

Se ela te apaga,
é boa a paga.




8.

Não era rouxinol nem elefante.
Um troço no caminho para além
Daqui.
Mineralóide sem definição,
Em éter.




9.

Há 
algo no ar.

Não há
ar.




10.

Não há mal nenhum em ser dois.
Ora, pois, pois!

Não há mal nenhum em ser par
de seu ímpar.

Não há mal nenhum em ser bi:
biiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!

Não há mal nenhum em ser mau.

Não há mal.




11.

Apenas
dez dentes...
Que pena!
Decadentes.




12.

Muito ríspido o que disseram a Lázaro porque estava dormindo:
Levanta-te e anda!
Bom mesmo é quando minha fisioterapeuta falar, docemente:
Vá com Deus!...




13.

eu senti-senti
sem ti



14.

Pergunta que inflama
ao fogo indomado.
Às cinzas quem ama,
responde o inflamado.



*** A série possui 50 poeminhas.
*** Camarada Cássio Amaral, poeta, autor do recém lançado SONNEN, publica material nosso no seu blogue: enten katsudatsu.
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