quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Amor é meio de finício...

The Return - by Ruth Sant Cortis

Amor mor - making of


Amor mor

Eu temo pelo amor, do que é capaz.
Amor é destemor e não se omite
À morte com seus termos para paz,
A morte é seu terreno sem limite.

Amor é pelos filhos, pelos pais.
O Todo, com seus tudos em seus kits.
O Super e o mirim se sentem quites.
A terra como os céus se sentem mais.

Refletem-se prazeres como dor,
É lágrima e sorriso com morfina
Na safra desse alegre sofredor.

Embaixo são rigores, disciplina -
Em cima são espasmos de esplendor -
Amor é o infinito que confina.



Das Índias

 Dou-te o meu corpo prometido à morte! - Florbela Espanca

Eu cumpro o prometido por volúpia,
Celebro o proibido que profana,
Favores pelo vinho de uma rúpia,
Sabores com carinho de mundana,
Prazer nos genitais como viagra
De dedo, ressuscito decaídos,
Vadia nessa cama se consagra
A deusa dos desejos concedidos.
Divina, pois, ao pobre que se suja
Ao preço de uma nítida ilusão,
Despejo mais um karma de lambuja
À carne que só age sem razão.
     Até que o Ser Eterno me comporte,
     Meu corpo foi promessa: para a morte!


***
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