Saint George and the Dragon - by Isabellas Art
Jogos de guerra
Ausculto das cortinas uma flor,
Oscila nos meus olhos de perfeito,
Bascula nas pestanas de um tal jeito
À fúria com que o arco freme a cor.
Reparo que, feliz desde o meu leito,
Destrinço do caminho o seu fulgor.
O lábaro que ostento para a dor
Primeiro tem demão que vem do peito.
Insólito de súbitos, me travo.
Meneios bem sutis na militância,
Exércitos de mel que há no teu favo.
Nos sonhos, para frente é sem distância;
Tomemos, pois, o rei por um escravo
A golpes de tontice pela infância.
Medieval
Minh'alma é a Princesa Desalento
Como um Poeta lhe chamou, um dia.
Florbela Espanca
Do nada, fui forjado para forte;
Soldado, para ser um general;
Guerreiro, por azar e para a sorte,
Lutar pela Justiça Divinal.
A corte é sob as ordens de Mavorte,
Seus lábios, o Santíssimo Graal,
Comandam que eu me faça ainda mais forte,
Demandam a Desgraça que é do Mal.
Poeta e seu ginete Fantasia,
O fôlego de flama que há no vento
Alento lhes insufla. Mas se esfria...
A neve há de prover o vão sustento:
Meu corpo de poeta à Poesia;
Minh'alma à Princesinha Desalento.
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