Do you ever dream of escaping - by Eternal Aphelion
MEDIEVAL
Será que eu sou medieval?
Baby, eu me acho um cara tão atual
Cazuza
Tênebra
Cruza-nos, não nos sente. - Alexei Bueno
Demanda à meia-noite por alguém,
Um vulto feito chispa lá de cima,
O nada que diz oi - como se, amém -,
A sombra de quem foi, que se aproxima.
Quem manda ser descrente, quem?, quem?, quem?!
Corrente serpentina que me intima,
Destino desatina seu porém,
E eu temo vir vinagre da vindima.
Com a cruz, eu me preparo para tudo,
Com a lâmina de têmpera cristina,
Até que se revela nos espelhos,
Despido de peleja e de contudo,
À luz que se reflete na retina,
Ninguém, que multiplico de joelhos.
Cruzada doméstica
Eu sempre fui um só, e não vario,
Não vário que me valha pelo tão
Estranho e solitário como um rio,
Não nasce ou desemboca: sou, então?
Ocorre que no quarto em que dormia
Um som aos meus ouvidos foi tamanho,
Dragões ou outros monstros, companhia,
Suspeito, na cozinha: mal d'antanho?
Empunho uma muleta à anomalia,
Estufo o peitoral de cavaleiro
Andante de través para a folia,
De súbito o não sólito fuleiro:
Do pão que à grande fome fez cosquinhas,
Formigas me pilhavam as casquinhas.
*** Pra quem quiser um de meus ídolos, abaixo...
Cazuza, Medieval II