segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Noel Rosa #1 e #2



As trancinhas do Noel

Noel, o picilone teve volta,
o outrora não é mais ultrapassado,
o povo não se aguenta, mas revolta
que é bom... Dona Dolores, é engraçado,

estuda novamente, não se solta,
e todo professor, que é de bom grado,
indica a tira-dúvidas envolta
num sol sapientíssimo, regrado.

Yvone liberou-se de seu karma,
desenha o picilone e faz alarma,
que a letra há de causar boa impressão.

Waldick, seu marido, na patranha,
filia-se aos filólogos, que ganha
da nova ortografia correção.

(Aqui dialogamos com "Picilone".)




Venereção a Rosa
  Conversa de botequim - (Noel Rosa e Vadico)

Garçom, faça o favor de me trazer
depressa uma cerveja, porque eu quero
provar com amargor esse prazer,
as tristes melodias que venero...
Os sambas de Noel, a fantasia
real do carioca, sua meiga
maneira acidulante sem azia,
o pão da poesia com manteiga
à beça. Na cabeça, no peito,
na mansa rebeldia, no seu truque,
além do centenário e do respeito,
ribombam suas letras, seu batuque.
     A fórceps, sem queixo, voz macia,
     venero o que o malandro pronuncia.
 
(Aqui dialogamos com "Conversa de botequim", "Feitio de oração", "Provei", "Não tem tradução"... )
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