segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Soneto

Soneto

Um homem não se inspira, porque é fraco?
Não sabe o que escrever, um ansioso?
Desiste do poema, mas que saco!
Começa a produção do cabuloso...

Componho o meu soneto, não me aplaco,
liberto-me de fórmulas, eu ouso,
capaz de pelo choque do balaco
o voo de alguma paina. Sem repouso,

um basta ao linear, porque enraíza.
Não posso nem pensar, e nem precisa.
Melhor o que eu escrevo, contrassenso,

corrente que se liga sem um elo.
Do meio menos fértil o que é Belo
rebenta feito fumo, flor de incenso.  

***
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