Setentão
Caetano não caiu, não decaiu,
produz o preguiçoso o seu
instante.
Detestam que produza, relevante,
revelam que é passado, que é
senil.
Não sei o que dizer, nem mais um
pio?
Setenta na carcaça do incessante,
mais quantas primaveras vêm
adiante,
meu rei? Na lentidão deste Brasil
baiano, com sabores de marinha,
azuis e maresia de ancião,
tem fôlego de jovem que
aporrinha.
Veloso, não veloz, sem coação,
o velho vai compor na sua linha
de curvas o fontano coração.
*** O Caetano, dizem, é a minha cara. Foto acima feita por Fernando Young.
8 comentários:
«O homem velho é o rei dos animais»
caetano é rei do meu reino.
belíssima homenagem, bardo!
muito, muito bom.
um beijo.
Caetano já orou ao tempo nosso algoz,
Mais não tem jeito ele é mesmo atroz.
Sete, um numero mágico, setenta trágico.
A vida um momento, a Caetano sentimento.
A musica, o Caetano um gigante...
A poesia, o Bardo com seu soneto retumbante.
Abraços
Eleonora,
ele merece.
Beijo!
LL,
assim ele vai cantar: "Gosto muito de você, Leozinho..."
Abraço, camarada!
É, o cara merece! Beijo
Adriana,
como se diz, com certeza!
Beijo!
Gosto muito de alguns textos de Caetano Veloso. Ele vai muito bem nas mesas de teu bar, Bardo, e as doses que lhe ofereceste nesse soneto são de arrepiar.
Marcelino,
você é muito gentil. O Caetano merece.
Agradecemos!
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