segunda-feira, 28 de julho de 2014

Inútil não



Inútil não

Inútil não serei, a ponto de não ser
ao menos um a menos, uma nulidade,
um cavo de intervalo para a ambiguidade,
ameno, equilibrado, sem aparecer.

Inútil não serei, que sou pela verdade,
sou vero, ou verossímil, para quem quer ver
o vão que permanece a fim de só viver,
assim, em seu estado, sua qualidade.

Então, para que o ente, resolutamente,
em mim não se interrompa do “dolce far niente”
na rude mansidão, com muita deferência:

Respeitem-me de pronto, que não desmereço,
que ser do meu fulgor, não há como ter preço,
opaco no viés da semitransparência.

***
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2 comentários:

Gustavo disse...

oi Henrique,

não para não...
você possui a sagrada grafia.
exímio sonetista, quem diria...
me encanto a cada linha de sua poesia.
abri um editora de livros de bolso e devo publicar uma coleção. Quem sabe formamos uma estreita parceria?
por nossa longa amizade...
abraço-te fortemente compadre.
com afeto,

Gustavo
ps: grato pela sua enorme generosidade e talento que faz engrandecer minha cultura...

BAR DO BARDO disse...

papagaio mudo,

agradeço pelas palavras - embora nem sempre seja merecedor de tanto e/ou tudo.

fico feliz por vc ter tido a coragem de abrir uma editora. tô dentro!

se quiser "hablar" mais - meu email é bardopimenta@yahoo.com.br.

abraço!

henrique pimenta