quarta-feira, 25 de março de 2015
À dor
À dor
A dor apenas dói (não me intimida),
restringe-se a doer. Sua função:
impor-se porque sim, por doação,
às carnes pelo fim, e sem saída.
A dor com insistência, tão temida,
tem foco no prazer, como lição
que explora por sutil sublimação
as fossas, os abissos: minha vida.
Quem dera se doesse muito mais,
mais fossem os meus urros, os meus ais,
deveres desse corpo devedor.
Conforto para mim e meu remédio,
melhor do que sofrer ao meio, médio,
transmuto-me a sorrir: "Eu sou a dor!"
*** img in freepik
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