quinta-feira, 5 de janeiro de 2017
A partir de um rocio madrugador
A partir de um rocio madrugador
Amanhece com chuva. Do lençol,
eu temo que ninguém se lembrará
de vir ao meu encontro, que não dá,
porque só chove, chove, não há sol.
Assim, se chove, chove, não há céu
que suporte esse chumbo de ababá.
Da cama para a sala, no sofá,
eu creio que não vem nem por anel.
Há chuva, não há sol. O que fazer
a fim de que essa ausência dê prazer
no peito solitário de quem ama?
Talvez a solidão não seja má,
e as águas, como em bodas de Caná,
a cinza sempiterna em vez de chama.
***
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Um comentário:
"Chove chuva, chove sem parar..."
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