quarta-feira, 28 de junho de 2017

invenção


invenção

eu invento o poema porque invento
o poema. o poema de entretanto
de sal adocicado, um incremento
de filigrana bem sacal, não canto.

eu invento o poema porque sinto
um gosto cerebrino, um meio, trânsito
mau no trecho que leva ao labirinto,
ao condor abissal, mas não transito.

eu invento por invenção, mais não.
um golpe de escritura, safanão
nos contras melancólicos do sim.

invento porque invento, intervenção
amena, secular, e sagração.
invento por invento. tal. assim.

*** img in https://namu.wiki
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2 comentários:

Nadine Granad disse...

Nossa, poema de tirar o fôlego!
Lindas imagens, metáforas, ritmo... tudo!

... Que invenção!

Abraços! =)

BAR DO BARDO disse...

Grato, Nadine! Felicidades!