Na rua da dondoca
Dondoca que se empina no nariz,
com bolsas e com joias classe A,
relógios importados, chamariz
de gente que está pronta para "Vá,
me passa rapidinho o que não quis;
quisesse, que guardasse no seu lar,
detrás daquele quadro de Paris,
no cofre do seu quarto!", o celular
the last fuck generation, o tablete
comprado dia desses na internet.
Eu guardo o três-oitão e vou à troca,
nem corro com produtos, não precisa,
e troco pelas pedras, pela brisa,
e volto para a rua da dondoca.
Rio, 08 de junho de 2011
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Um comentário:
Bom demais, Bardo. Deste voz ao craqueiro com a beleza que só a boa poesia pode conferir.
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