quinta-feira, 30 de novembro de 2017
É tarde
É tarde
É tudo o que precisa, mais espaço,
os olhos de um amigo numa praça,
ouvidos mais atentos ao que passa
por dentro da ferrugem de seu aço.
Ao lado, mas tão perto quanto um braço,
um carinho, uma dose de cachaça,
não vi que carecia de uma graça,
de Deus, de uma palavra, de um abraço.
É tarde, não há tempo de tocá-las,
as mãos desta mãezinha sobre o berço.
É tarde, são seus toques, suas falas,
dispostos para o voo ao vão disperso.
É tarde, são seus braços suas alas
aos pés da pequenez deste Universo.
*** Img - disksc
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5 comentários:
E eu, não entendi bulhufas. Alguém poderia me dar a chave da criptografia?
Valeu pela leitura, Marcos!
Valeu pela não leitura, Jarbas!
O tom me pareceu melancólico,morte esse voo ao vão disperso, essasalas e esse repetido "É tarde". Muito bonito, poeta; tanto qto o Boungaville com seus coitos e coitadas.
Marcelino, o tema - infelizmente - foi o suicídio de uma ex-aluna.
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