sábado, 12 de maio de 2018

Ao arrebol




Ao arrebol

O rústico silêncio desembrulho.
Um pouco que há de paz, delicadeza.
Procuro solitude à natureza.
Dirijo-me ao riacho do Mergulho.

Em meio a tanto verde, madureza
de minhas inocências, o barulho
revela que cheguei. A água vasculho.
Meus olhos veem de perto, com surpresa,

decerto que distinguem um ser vivo,
cabelos amarelos e nudez,
tal ninfa devotada ao arrebol:

sem fôlego, mergulha ao vão nocivo,
retorna à superfície, em morbidez,
a tira, no pescoço, de um lençol.

*** Img in http://www.tate.org.uk - Ophelia - 1851-2 - by Sir John Everett Millais, Bt
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