sábado, 2 de junho de 2018

Ficção


 

FICÇÃO

Esta avenida noire foi enquadrada
nas lentes de uma câmera qualquer,
com vestes nebulosas de mulher
de lânguida beleza antepassada.

Um filme em preto e branco, uma pitada
de Europa, a americana com donaire,
despindo-se aos pouquinhos, fecho-éclair,
botões, seu coração na madrugada.

O corpo se apresenta com refino,
amálgama sem gama amanhecendo,
amálgama sem alma de manhã.

O corpo permanece feminino,
tão negro quanto o asfalto sem remendo,
tão negro, sem calcinha, sutiã.

*** Mais um texto dedicado à avenida Zahran.
*** Clique meu nesta madrugada.
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Um comentário:

Gisele Freire disse...

Que legal voltar ao Bar do Bardo e ver tanta riquesa, tantos anos, e tantos fios tecidos de sabedoria!
Felicidades Henrique, meu coração tá cheio de alegria, por tuas conquistas, por você estar bem!