sábado, 15 de setembro de 2012

Pão e vinho




Pão e vinho

Ele me veio correndo,
Dizendo que me queria.
De fome estava morrendo,
Não passava desse dia.

Ele sorriu comovente,
Com elegância exemplar.
Na minha carne inocente,
Encontrou o que mastigar.

Ele me teve na veia,
Chupou do sangue que eu tinha.
Prendi-me na sua teia,
Perdi-me na sua linha.

Ele, depois de jantar
(Quase morri nesse dia),
Saiu sem palavra dar,
Nem disse que voltaria.

*** Acima, texto bem antigo que numa versão pouco modificada se transformou em música a partir da guitarra de meu amigo Pablinho, lá em Resende.
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24 comentários:

António Je. Batalha disse...

Olá , passei pela net encontrei o seu blog e o achei muito bom, li algumas coisas folhe-ei algumas postagens, gostei do que li e desde já quero dar-lhe os parabéns, e espero que continue se esforçando para sempre fazer o seu melhor, quando encontro bons blogs sempre fico mais um pouco meu nome é: António Batalha. Como sou um homem de Deus deixo-lhe a minha bênção. E que haja muita felicidade e saude em sua vida e em toda a sua casa.
PS. Se desejar seguir o meu blog,Peregrino E Servo, fique á vontade, eu vou retribuir.

BAR DO BARDO disse...

António,

agradeço pela visita e pelas palavras. Fique à vontade.
Felicidades para você e sua família!

Leo Lamarão disse...

Percorrendo toda atmosfera com poesia e encanto
Pobre da pele, penso, para meu espanto
Foi encontrado por um homem santo.

Do trigo e da uma transformou esse momento
Num belo e singelo, diria quase carnal soneto.

abraços

Leo Lamarão disse...

correção, corrigida da letra invertida

Do trigo e da "uva" transformou esse momento

Leo Lamarão disse...

Ocupando mais espaço aqui, tenho que aproveitar, meu alzheimer me deixou lembrar...

e lembrando lembrei do letrista da "griphos" e lembrei do guitarrista e lembrei da vocalista...saudades

agora sim abraços...

Jarbas Similevinsk disse...


Confesso não entendi
nadica de nada não.
Gostaria de emprestar
Alzheimer do Lamarão...

BAR DO BARDO disse...

Repito, em confissão,
nada fiz de valor,
contudo não vou pôr
longe da criação
nem verve nem calor
nem verso nem furor,
crias do coração.

Abraço, Jarbas!

BAR DO BARDO disse...

Foi tempo, foi passado,
Resende, minha terra,
beleza ao pé da serra,
e eu, poeta: frustrado.

Pablinho, da guitarra
do Gryphos, me pediu
uma letra ao vadio,
lhe dei uma bizarra.

Fez-se a música.. Bem,
sem sucesso, cessou.
O Gryphos, pois, dançou,
e o letrista também.

Entanto o tal poeta
obsessivo não cessa
e muito mais processa
o vão é sua meta!

Abraço, LL!

Adriana Godoy disse...

Mesmo fora da discussão, fico com seu poema musicado. Beijo

BAR DO BARDO disse...

Adriana,

é só brincadeira.
Hehehe...

Leo Lamarão disse...

Por fã vou aos costumes
O que faz Arnaldo Antunes
A muito tempo eu sabia
Nosso Bardo ja fazia

conte mais..conte tupinin...

Abraços


Marcelino disse...

Bardo, seria interessante que a nota de rodapé contextualizasse essa produção para ajudar teus leitores a alcançar a conexão entre o título, a imagem postada e o texto.

BAR DO BARDO disse...

Marcelino, obrigado,
mas não posso, que empaca.
Se for todo o recado,
o queijo mais a faca,
vão dizer que é pecado,
e o poeta, panaca.

Renata (impermeável a) disse...

Normalmente complicamos, mas, sempre queremos mesmo é FOME e SEDE, instintivas!

Jarbas Similevinsk disse...


Interpretar um Poema
é como correr no escuro:
a estrada vai prum lado,
e pro outro, Airto e muro.

BAR DO BARDO disse...

renata,


deve ser isso mesmo.
felicidades!

BAR DO BARDO disse...

Um absurdo, se eu apelo
para o contrassenso, né.
Mas quem o faz se faz belo
e como se faz, se é.

Abraço, Jarbas!

Jarbas Similevinsk disse...


Você deve ter razão,
pois é professor e mestre;
Poesia é coisa que não
pega num cabra da peste.

Poeta, na Zona, acredita
que faz Poema quem geme
e esperneia, e grita,
no quarto ao lado, azulita.

E de cima do tamanco,
dedo apontado, te dita:
"Ouça com muita atenção,
e goze esse orgasmo catita!"

Pimenta: preparo um ensaio sobre Poética. Alguma sugestão de fonte desgarrada da prostituta chamada Indústria Cultural? (nada contra as outras prostitutas).

BAR DO BARDO disse...

Meu Paizinho do Céu, Jarbas!

Se tiver calma, a gente conversa acerca da "Poética". Precisaria de detalhes sobre sua empreitada.

Por enquanto, boa sorte!

Jarbas Similevinsk disse...

Tento entender o que é Poesia, e se vale a pena ler Poesia.

Estou lendo "100 anos de Poesia - um Panorama da Poesia Brasileira no Século XX". Vou ganhando uma visão da floresta, e não de árvores isoladas.

Conclusões preliminares, talvez modificáveis no futuro:

1. Fazer poemas é terapia para indivíduos, digamos assim, não muito afeitos aos desafios e inconveniências da vida social (nada contra eles; eu fui um desses, e ainda carrego boas sequelas da época). Vide os temas recorrentemente depressivos da maioria deles, de Cruz e Souza a Drummond Pedra, passando por Bandeira Voumorreramanhã, João Cabral Facasemcabo, Mário Quintanaviofantasma e o azarão MB Eurolesma.

2. Você só se torna Poeta quando um Padrinho convence a Panelinha de Plantão a dizer que você é Poeta. Poeta, assim, não é "um ser gerado pelos seus melhores poemas", ou "um ser gerado pelas suas musas", mas sim, uma abstração gerada por Marketing e Compadrios.

Sempre há as previsíveis exceções, é claro. São aqueles poetas que usam dizer coisa-com-coisa. Talvez Fernando Pessoa, talvez Augusto dos Anjos, talvez Castro Alves, talvez mesmo (suprema heresia!) Olavo Bilac...

BAR DO BARDO disse...

Jarbas,

eu não sei se bons poetas morrem desconhecidos nem sei se os mais conhecidos são de fato poetas. Felizmente, há sempre a questão de gosto, e meu gosto tende ao lirismo e à argumentação bem feita, talvez seja o dizer e o ser entendido. Mas a maioria de meus leitores (uns quatro ou cinco) me considera um autor difícil. Acho que, aos poucos, vou encontrando o meu espaço e o meu tempo. Meu espaço não é deste mundo e meu tempo não é o cronológico. Enfim. Percebo que você, caro Jarbas, "tende" a um discurso bem pronunciado, considero que essa é uma opção bastante válida, mas nunca invalidará as poéticas de invenção, que esbarram (ou perpassam) insanidades mil. Em arte vale tudo mesmo, mas pouquíssima coisa fica. Manda bronca no seu ensaio, ele dará o que falar!

Abraço!

Leo Lamarão disse...

Bem sugestivo nosso amigo Jarbas gostei da sintese...
Se não faz parte dessa intelectual pressão,
Não é lido pelo povo plural.
Começe a então ser visto
Caviar pouco e cultural
Contexto e Sina
Sem igual
Panela.


abraços

(tive que arrumar, pois não sei excluir...senão ia ficar fora de proposito do 8 ao 1)

Jarbas Similevinsk disse...

Pimenta e Lamarão:

Poesia é como nuvem (para aproveitar uma metáfora usada por um político): cada vez que você olha, está com uma forma diferente. O que escrevi vale, quanto ao meu item 1, para poetas até 1935 - 1940. Depois muda um pouco, não sei em qual direção.

Lamarão:

Use o recurso "visualizar". Clique nele, vá tomar um cafezinho na cozinha e depois leia para revisar o texto.

Pimenta:

Eta genta maldita! De tanto falar mal de poeta já estou virando um. Deve ser praga de urubu. Vou, data venia, mandar-te por e-mail um poemeu (millôr), inspiração da madrugada (coisas lá do inconsciente, se não for encosto do Augusto dos Anjos), chamado "Não vá Manoel" (tudo sem pontuação). Com uma dúvida cruel pedindo tua mediação. Será que se eu mandar "aquilo" para o suplemento literário dominical do Correio do Estado, eles vão publicar? Ou um poema Pimenta, muito ocidentalcristão mas citando inocentemente e de passagem o nome daquele canyon florestado que delta (e deita) o corpo feminino, esse teu hipotético poema teria mais chance de publicação?

BAR DO BARDO disse...

Jarbas,

desconheço em nossos jornais espaço para "outras literaturas" que não a da ASL.
Mas tente!
Abraço!