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sábado, 15 de setembro de 2012

Pão e vinho




Pão e vinho

Ele me veio correndo,
Dizendo que me queria.
De fome estava morrendo,
Não passava desse dia.

Ele sorriu comovente,
Com elegância exemplar.
Na minha carne inocente,
Encontrou o que mastigar.

Ele me teve na veia,
Chupou do sangue que eu tinha.
Prendi-me na sua teia,
Perdi-me na sua linha.

Ele, depois de jantar
(Quase morri nesse dia),
Saiu sem palavra dar,
Nem disse que voltaria.

*** Acima, texto bem antigo que numa versão pouco modificada se transformou em música a partir da guitarra de meu amigo Pablinho, lá em Resende.
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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Pudim de cultura




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O aspecto feminino da realidade sempre me interessou muitíssimo. Fêmeas. Depois de analisá-las em minha quietude criativa, considero uma visão enviesada a das mulheres e, geralmente, a que deveria ser seguida como correta. Embora o mundo já não consiga ser machista por completo, isso é um fato, a visão machocêntrica ainda impera, produzindo uma série de infortúnios: a lista é enorme, desastrosa mesmo. Então, aqui encontro a minha deixa para explicar a fissura que as irmãs Casady, protagonistas da banda CocoRosie, geram em meu espírito. Elas aprofundam o viés que existe nessa visão feminina, com uma bastante refinada ironia, difícil de se achar em nosso planetinha pop. Acho que eu não me atreveria de chamá-las de CULT, mas, certamente, elas são a URA encalacrada na aura angelical dos “homens machos”.

Pudim
(sobre música e letra By your side, de CocoRosie)
Pode contar comigo,
Amiga, meu amigo,
E mesmo que aconteça,
Se for sem pé nem cabeça,
Estarei ao seu lado,
De patuá colado.
É, e sempre acontece,
Perder, deprê, estresse.
Não fique desse jeito.
Sou remédio perfeito,
Sou fêmea, meu amigo,
Sempre conte comigo.
Problemas se superam,
Porque os deuses operam
Milagres para os pares,
Ases nos malabares,
Desde que aqui esteja
Maria, e que assim seja!
Me manterei bem lisa,
É goma na camisa,
É graxa no sapato,
Fidelidade em atos.
Com a boca na conduta,
Na cama serei puta.
Mais uma vez o falho...
Calma, que eu não espalho...
Massageio o seu tronco
Durante o ronco bronco.
Talvez prefira a Amélia
À Dama das Camélias.
Mas sou de prenda vária,
Se quiser culinária,
Se de bom grado aceita,
Faço duas receitas,
Seu doce preferido:
Pudim agrada-marido.

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