segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Dois sonetos

Dois sonetos


Amor e compulsão

Amor que determina a que imaturo
Sistema devo opor o meu polar.
Amor que me destina a seu futuro.
Amor que me confina ao circular.

Amor que me insemina pelo furo
Que é dentro do meu par, laço solar.
Amor feito uma sina que faturo
No fogo que me ensina a congelar.

Aos passos que são dados sem temor,
Ao pó que é delicado na imersão:
Impulsos de expulsar o pé do chão.

Ar puro por que eu viva com amor,
Que o par me sobreviva com pulsão:
Convulsos de pulsar pela paixão.



Não dízimo

Amor não será dízimo por nós.
Entrega de meu corpo pela calma.
Renúncias. Desapego pela voz,
Silêncio respeitoso de minh'alma.

Amor será cedência pela foz
Ao mar de imensidão que nos espalma
Em mar de mansidão, e enfim a sós
No mundo mais perfeito, o fim do trauma.

Fazer por esses bens o que lhes renda:
Não juros, mas virtudes, cocuruto;
A troca de emoções, e não a venda.

O máximo de ganhos sem um puto,
O máximo prazer que nos desvenda:
Amor é cem por cento de tributo.


*** Mestre Moa jogou-me de novo em seu Balaio Porreta. Ai, que felicidade!...
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