sábado, 12 de maio de 2012

Rim ruim


hemodiagrama - em  www.mdsaude.com


Rim ruim

Que boa a retomada de transplantes
de rim na Santa Casa, desafoga
a fila interminável e prorroga
a vida, com vigor, dos semelhantes.

Eu tive a minha mãe com essa droga,
renal do tipo crônico, um desplante
a alguém que padeceu e foi adiante,
e justo na velhice, em que se roga

não ter mais aflição, não se tem sorte,
a velha foi sofrer mais um bocado,
sessões de hemodiálise, que a morte,

ao vir, lhe deu conforto. Delicado
o tema, necessário ter suporte.
(Cadáver não tem culpa nem pecado.)

* O soneto se refere à retomada das cirurgias de transplante de rim (de cadáver) na Santa Casa de cá. Se interessar, há nota aqui.
** Falamos do novo livro do Glauco Mattoso e do novo cinema colombiano, hoje, na semanaonline
*** Sou gentilmente divulgado pelo poeta e amigo Cássio Amaral no seu enten katsudatsu

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7 comentários:

byTONHO disse...



Bela RIM...a!
"Filt...rei"

Oh not!
:o)

Henrique Pimenta disse...

Toim,

tu és um criador criativo.
Oh, yeah!

Henrique Pimenta disse...

Marcos,

notei até que fiz a "chave d'ouro" mais estranha da minha vidinha inteira.
Abraço!
E sejamos todos felizes!

Adriana Godoy disse...

Rim rimou bem. É isso: compartilho seu contentamento. Beijo

Henrique Pimenta disse...

Falou, Adriana!

Felicidades!

piligra disse...

Poeta, esse soneto é de uma beleza admirável...Não me perderei em palavras para apenas deixar claro que o seu poema é simplesmente FANTÀSTICO! Parabéns pela cria!

BAR DO BARDO disse...

Piligra,

você é um mestre dos sonetos. Devo, portanto, me lambuzar de lisonja.

Grato!