Genésio Fernandes - do álbum Minha Floresta Pintada
Fazer
Fazer sem se prender se tem conceito,
fazer só por fazer, pelo lazer,
sem laser
cintilante, do seu jeito,
você no seu estado, no seu ser.
Fazer e se perder, não há preceito,
fazer sem perfazer, um afazer
gratuito, diletante, de sujeito
que nunca se sujeita a acontecer.
Fazer e perverter, não se ter medo
do vértice, do abismo, do seu passo
em direção à essência do remedo.
Há críticas e crises e cansaço?
Sucesso, se vier, não virá cedo.
Fazer e suceder para o fracasso.
*** Percebo que a metalinguagem é uma das vertentes prediletas do meu sonetismo. Eu adoro. Espero que vocês, pelo menos, gostem. Talvez um dia eu tente publicar (no papel) um conjunto de sonetos metalinguísticos, que acham?
*** A pintura acima é do sr. Genésio Fernandes, foi meu professor de semiótica no Mestrado de Estudos Literários, UFMS. Aposentou-se e intensificou suas artes, a pintura e a escrita. Aprecio por demais seus escritos e suas pinturas. Aqueles que desejarem conhecer seus trabalhos, há um pouco no seu blogue, o Remanso da Barra.
*** Se alguém se interessar pela compra de meu pocket pornô - "99 sonetos sacanas e 1 canção de amor" -, agora pode ir também direto ao site da Editora Life.
8 comentários:
Adorei, Henrique, de verdade, verdade verdadeira :)
Bela pintura, a do Genésio.
Beijo!
sandra camurça,
que bom que gostou. devo confessar que gostei também. um dia figurará num livro.
o genésio fernandes nem desconfia de que é ótimo.
beijo!
metalinguaguem, vamos por partes
quanto a pintura é arte
o quadro, o pincel e o contato, mesmo abstrato
quanto ao soneto é poesia
a caneta, o papel toda terminologia.
telas, gravuras, linhaça, espio tecer
eu aqui aprendendo, porque não sei fazer.
fico só torcendo esperando a publicação, e agradecido pelo conhecimento.
abraços amigo.
LL,
a gente aprende com quem aprende e, de repente, cadê o professor?!
Abraço!
↓
Mais um Bárbaro do Bar do Bardo!
Barba.h.ridade!
Bah! Tchê!
De verdade!
Bacana!
A.do.rei!
Oh not!
:o)
bar
ba
da(o)
tonho na área -
já ganhemos
já ganhemos
já ganhemos
vrrrrrrrummmmmmmmm!!!
Eu faço por fazer cada conceito
Tocando na guitarra o louco ser,
Com laser todo azul cortando o peito
E, assim, refaço em drama o meu lazer...
Eu faço e me refaço de outro jeito,
Traçando uma urdidura no não-ser
O drama do que é dito e nunca feito;
Poema que jamais quero escrever...
Eu faço do meu vértice degredo,
Planície da miséria sem compasso,
Da morte colho paz, colho brinquedo
E sigo pelo inferno sem cansaço...
- Sucesso, se vier, guardo em segredo,
No exílio brilha a chama do fracasso...
ps. acho que um dia podemos publicar algo juntos...tipo: COBRA DE DUAS CABEÇAS...
Ah, sim, Piligra!
Devemos já contatar o empresário da Mondrongo.
Abraço!
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