Inventei de falar sobre a Flip em verso controverso. Depois, convidei um amigo para falar também e considero que a parceria foi para lá de boa. Lourival Pereira Júnior (o Piligra) tem virtudes como sonetista que são "animalescas", domina o verso dodeca com aparente simplicidade e desenvolve o tema com uma precisão fora do comum, mantendo todos os protocolos da sonetística. E o cara só precisa de alguns minutinhos para dar o soneto à luz. Para mim, o Piligra é o "repentista do soneto" e isso, além de ser a constatação de um fato, é um elogio.
O nosso poeta mantém um blog sempre atualizado com seus textos e, é lógico, eu recomendo: Kartei.
Abaixo, pois, a Flip sob a ótica da dupla Pimenta, o picante & Piligra, o piligroso.
Flip de invejoso (Pimenta)
Se querem, que convidem. Eu aceito,
na boa, vou à Flip e comporei
a mesa redondinha do despeito,
do sonho de invejoso, sem delay,
ao vivo, transmitindo o meu conceito
poiésis de viés, que
decorei
às dúzias as sentenças em que espreito,
se abrirem uma brecha, já falei.
A tradução é simultânea, né?!
Legendas em inglês, vou para o clube
dos grandes literatos que dão pé
na lista dos dez mais, não sou mais sub,
e peço pra galera, pra ralé:
“Acessem o meu vídeo no You Tube!”
Desejo de um embrião
de poeta (Piligra)
A confraria literária não me agrada,
Mas bem que iria para a Flip de bom gosto,
Discutir texto junto à mídia depravada
Que não traduz literalmente o nosso rosto...
Eu falaria da escritura mais sagrada
Em cinco línguas sem cobrar qualquer imposto,
Por que no fundo a tradução me desagrada
Se o tradutor faz seu trabalho a contragosto...
Eu ficaria ali sentado todo besta,
Jovem Narciso contemplando a própria imagem,
Fazendo bocas, caras, pose de quem gesta
Na vaidade o seu desejo por bobagem...
- Eu bem que iria “de bom gosto” a esta Festa
Compondo mesa no deserto da linguagem!
*** Parece dia dedicado ao soneto, porque na Semana On-Line estamos louvando o sonetista Geraldo Ramon Pereira. Também lá resenhamos "Sonhos roubados", filme de Sandra Werneck.
18 comentários:
o "i" da Flip pode ser também de idiossincrasia que a mídia ajuda a difundir , mais são tantos cachimbos e charutos, poses e pensamentos, que o menino da roça aqui se assusta.
A dupla P, tornou-se perfeita, bom acompnhar para o nosso deleite.
Leo Lamarão
(prometo aprender a "postar" com a conta, por enquanto vou de conhecido anonimo)
Dupla mais que boa, inveja tenho eu de vocês. Flip? Que nada! Beijo
Anônimo LL,
há muita fumaça e névoa sobre Paraty. Além dos holofotes. Mas eu queria mesmo era tomar uma cachaça de lá.
Abraço!
Adriana,
inveja é projeção e espelho. Nós também temos inveja da Adriana.
Beijo!
Meu sonho de consumo é ir com a Bela a Paraty durante a FLIP e, ignorando a FLIP, curtir Paraty. De preferência com um convite do Amir Klink.
Uma vez quase chegamos lá, mas a 100 km serracima enveredamos pela esquerda, cruzando a Mantiqueira rumo a Ouro Preto.
Quanto ao Leo Lamarão, é só escolher a opção Nome/URL, escrever o nome ou pseudônimo e esquecer a URL, que é opcional...
Jarbas,
na realidade eu creio que também gostaria de conhecer Paraty. Quanto a conhecer a Flip, nem sei.
Enfim, o Brasil é lindo.
Felicidades em suas andanças!
↓
"Eu, uma 'ostra leiga',
avesso à vida,
a cada dia, mais me espanto dela.
Fujo desses e...ventos que sopram ares pútridos para mim, Parati e 'pode pará'!"
"Um pernóstico tosco sem querer querendo, fui!"
Fico a.FLIP.to com tudo isto!
Abração aos poetas 'Pelé/Coutinho'!
"Sonetaços!"
Oh not! :o)
Tonho,
suas loucuras são sempre bem vindas!
Abração!
Ótima parceria mestre.
FLIP é coisa para Inglês ver!!!
FLIP FLAP FLUP...
Braços.
FLIP FLAP FLUP... Kkkkk...
Abraços, camarada CA!
Pimenta:
Voltando ao caso daquele poeta rasteiro, que faz estrela rastejar pelo chão (como um besouro bravio) antes de pousar sobre lombo de sapo, ocorreu-me que crítica pesada pode identificar inveja arcada.
Tentando fugir dessa pecha (talvez inútil e ingloriamente), fiz um despretensioso poema anti-sapo, intitulado "A Moça", que publiquei hoje no meu blog Timblindim.
Não que eu tenha algo contra os sapos. Muito pelo contrário. Apenas sou contra o mau uso da imagem desses bichos tão (vistos de um certo ângulo) simpáticos...
A Moça
Menino gritando na rua:
Olha lá, seu moço,
Uma moça nua!
Homem maduro, sem alvoroço
vê ninfeta que se veste
de formosura:
Olhos azuis, madeixas,
camapuã, suaves colinas
E tudo isto emoldura
pequeno prado
que em delta e dourado se avia
Não é moça nua,
menino aloucado:
é Poesia!
de Jarbas, o invejoso
in - http://timblindim.wordpress.com/2012/07/09/a-moca/
vc foi em cima, pimenta. o piligra já me confessou usar o dodecassílabo por entender que seu ritmo se aproxima muito do cordel. e do jeito que ele faz, discursivamente, lançando mão da retórica e da lógica, com as cesuras bem marcadas, torna-se inevitável a comparação. o negócio que que o homi tem um fôlego de dar inveja. ah! os poemas: sim, estão ambos muito bons. saravá!
GF,
o Piligra é um artista a mancheias - e dos bons, dos muito bons.
Abraço!
Obrigado ao Jarbas
Agora mais esclarecido, esperto ou algum sinonimo;
Não me aparece mais o anonimo...
só me resta acertar os acentos, bem ficarei sentado aprendendo.
quanto a ter ido a ouro preto, me fez lembrar, que saudade...
Abraços.
LL,
fica na paz...
Muito bom o texto do Piligra. Parabéns aos dois.
Valeu,
Marcelino!
Postar um comentário