sábado, 4 de agosto de 2012

O poeta



O poeta

Valdir, eu sou tão poeta
quanto vossa senhoria.
Manoel supera a meta,
muito além da poesia,
ele pinta, borda, esteta
a brincar com anarquia,
as ruínas que arquiteta
lhe dispõem a monarquia.
Esse Barros do capeta
que prima pela avaria,
em desvairada veneta
fez da podridão a via
     que nos leva ao mais extremo:   
     sentir no podre O Supremo.

*** O sonetilho acima foi feito em resposta ao que o camarada Valdir Dala Marta expôs acerca de Manoel de Barros .
*** Semana On-Line #35 no ar: Leitura(s), Daniel Pennac e revista Rebosteio, para ler clique aqui.
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17 comentários:

Adriana Godoy disse...

Pimenta, que eesa batalha dure mais! Beleza! Bj

BAR DO BARDO disse...

Depende só do "Jarbas", Adriana!
Beijo!

Fred Caju disse...

Massa. Tava até com a Obra completa do Manoel de Barros um pouco escanteada aqui em casa. Aninou-me pra retomá-la.

Jarbas, o Outsider, disse...


Puxa, que alívio! Achei que tinha falado besteira no post anterior, ao concluir, amador de Poesia, que esse tipo de poema era um sonetilho. Obrigado, Professor Pimenta, pela confirmação!

Meu serviço secreto informa que o tal Valdir, ou Valcir, ou Moacir, até pensou em responder poeticamente ao poema, mas depois achou que seria indelicadeza. E viu que uma palavra final com versos plenamente rimados é muito mais bonita do que uma outra com versos mistos (rimados e brancos) e provavelmente menos inspirados...

A despropósito, alguém por aqui já leu o poema Cidinha, de um certo bardo com nome de rei inglês? É só procurar no issuu pela revista rebosteio_4. Não se espantem com o nome da revista, que é muito boa e bem paginada.

Leo Lamarão disse...

Ficarei aqui ao léo pois não sei o assunto do português.
Seguirei o conselho do amigo Outsider sobre o certo rei inglês.
Mais a batalha teve com certeza um vencedor
eu, você,os adeptos da poesia e qualquer outro leitor!!

abraços

Jarbas, o Justo, disse...


Pensando bem, achei um pouco pesado colocar o velho bardo como "do Capeta". Ele não é tão ruim assim. Se atenuarmos um pouco as coisas, violando a integridade dos versos henriquenhos (mil perdões!), as estrofes finais poderiam ficar assim:

Esse Barros de gazeta,
que prima pela avaria,
em desvairada veneta
faz da Musa a vera guia

que nos leva pela alfombra
a perseguir a nossa sombra.

João Esteves disse...

Bardo, a homenagem já ganhara pra mim uma certa dimensão ao vestir-se de quatorze versos à inglesa (coisa pra brasileiro ver, não é?) e eu vinha pra essa caixinha de comentar com isso ainda ressoando, quando relanceio vista pelo que iam dizendo os comentaristas e topo com uma variante sua para os últimos versos. Nem sei o que dizer mas se cada comentário no seu bar é uma dose, já tomei a minha. V a l e u

Jarbas, o Zagueiro, disse...

Não tenho essa competência, mas conheço um sujeito, americano-paraguaio, chamado Peter Alejandro Squoigt, que vem desenvolvendo uma tese interessante sobre Manoel de Barros. O bardo marinheiro (do Beco da Marinha) teria dentro de si um demônio (no sentido socrático) encarregado de disfarçar o verdadeiro Manoel de Barros.

Nem sempre o tal demônio teria sucesso em sua empreitada. Por exemplo, deixou passar esse prosapoético depoimento de Bugrinha:

A mãe bateu no Mano Preto. Falou que eu não apanhava porque não dei motivo. Subi no pico do telhado para dar motivo. Aqui de cima do telhado a lua prateava. A mãe disse que aquilo não era motivo.

Em outro lugar:

De tarde Desenterraram de dentro do capinzal

Um braço de rio.

Já estava com cheiro.

Gostaria de passar a bola para que esse acadêmico adentrasse a área e fizesse um goal (como ele escreve), mas não o tenho visto ultimamente. Parece que ele foi acusado de, há 4 anos atrás, passar por Lugo num lugar público e cumprimentá-lo com um Buenos Dias . Forças patrióticas tentam deportá-lo para os USA...

Cássio Amaral disse...

Três poetas phoddaços!

Passando pra te ler mestre.

DM disse...

No título, em vez de "O poeta", eu poria "O Poeta". Um Poeta com o P maior.

DM

BAR DO BARDO disse...

Fred,

que bom que o ânimo tenha voltado!
Boa leitura!

Abraço!

BAR DO BARDO disse...

Jarbas, outsider man,

sonetilho serve, qualquer poema serve em prol da Poesia.
Cidinha é caso didático na Rebosteio; me perdoe, pois, que também detesto dar nome aos bois celestiais.

Abraço!

BAR DO BARDO disse...

LL,

aquele abraço!

BAR DO BARDO disse...

Marcos,

se é você falando, tem razão!
Seja feliz!

BAR DO BARDO disse...

João,

agradeço pela visita e pelas palavras.
Felicidades!

BAR DO BARDO disse...

Cássio,

você também é fo-
guete!

BAR DO BARDO disse...

DM,

você tem toda a razão!
Grato!