domingo, 17 de fevereiro de 2013

Da retórica


Da retórica

Um homem indeciso, decidindo,
dá dicas de que erra, não convence,
vencido por seu vício, que vem vindo,
galope irresoluto de nonsense.
Sorrindo como um líder que lidera
- a lida combalida vai ao chão,
de lá nem resfolega, foi, já era -,
o chefe ga-gagueja, li-lixão.
Almeja ser gerente regional,
deseja a presidência no futuro;
embora não vá bem, não é tão mal,
seus pares são iguais, o mesmo apuro.
     Fingindo-se ocupado, não padece.
     E enquanto nada muda, se emudece.

***
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8 comentários:

Sylvio de Alencar. disse...

Um verdadeiro combatente de escritório, que aos montes encontrei por aí em tempos antanhos.

Abraço, Henrique.
Afiado, como sempre.

Eleonora Marino Duarte disse...

O típico!

ótimo!


beijo.

Elisa T. Campos disse...

Conheci um. Perdeu tudo no Jóquei.

Joana Masen disse...

Muito bom esse poema! Teria sido levemente inspirado pelo filme "O discurso do rei"?
Voltarei sempre para ler seus poemas Henrique.
Abraço

BAR DO BARDO disse...

Joana, para ser sincero, o nome do cara é bem próximo de "Finório", um doutor nota mil, um ser humano nota zero.

Grato pela vinda.

BAR DO BARDO disse...

Syl, um abraço.

BAR DO BARDO disse...

Eleonora,

seja feliz!

BAR DO BARDO disse...

Elisa,

um verdadeiro coice! Hehehe!