terça-feira, 20 de maio de 2014

Flor 3




Flor 3

O que não tem mais senso já se sente,
perece no sentido de que jaz
e, mesmo se jazido, na semente
da carne apodrecida se refaz.

Apesar do descenso, do jazente,
apesar do decesso, desse gás,
um fogo permanece, renitente,
um quê de cintilância pertinaz.

A pétala perdendo sua cor...
A pele de uma flor de encontro ao chão...
Lá vem a formiguinha para o evento,

nem liga para o fato, se há langor,
desgosto, prejuízo, comoção,
é cândida a delicadeza ao vento.

*** Img in All Pest Express
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5 comentários:

BAR DO BARDO disse...

Pois, morte... só com poesia.

Abraço, Marcos!

Efigênia Coutinho ( Mallemont ) disse...

Realmente , como sempre és um "Bardo",
ler seus Sonetos elevam alma aos sentidos do sentir na palavra escrita!
BRAVO!
Abraços,
Efigenia
ps: Tenho novo Blog, deixo Link
http://efigeniacoutinho-duetos.blogspot.com.br/

BAR DO BARDO disse...

Efigênia, boa sorte!

Marcelino disse...

O realismo da formiguinha faz excelente contraponto com a romântica flor. Belíssimo.

Bardo disse...

Vlw, Marcelino!!!