domingo, 14 de agosto de 2016
Precisão paternal
Precisão paternal
"Ser mãe é padecer num paraíso!",
o verso nos ensina há longa data
um lema tão correto quão preciso
acerca da mulher, o homem constata.
Ao macho não há verso nem juízo,
persona secundária, caricata,
em nível prescindível de improviso,
carece de atributos o primata.
Ser pai é ser o quê? E quem responde?
Silêncio sepulcral... Não há resposta...
Silêncio que prejulga prejuízo...
Ser pai, lá nas minúcias, não se esconde,
ser pai, numa sentença decomposta,
ser pai é o pau descer se for preciso.
*** Img in clipartpanda
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5 comentários:
Ser homem é ser o quê? Alguém responda.
Respondo qualquer coisa, então lá vai:
Primeiro, é despiciendo que se esconda
Que é palavra inócua, essa "pai".
O homem enquanto macho só desponta
Por conta de seu falo, que é sua glória,
E é também a maldição sem conta
a empurrá-lo para um monte de escória.
A glória é quando aponta para a fêmea
E o dono tudo faz e acontece,
A ver se a coisa à fêmea apetece;
Maldição é quando, data venia,
O falo endoida e quer seguir sozinho,
Direto para o tal Vênus-montinho...
Gostei muito desse soneto, Bardo. Tem teu modus operandi mais eficiente: tema comum tramado com argúcia em versos e rimas bem feitos: não deixam o leitor coçar a cabeça com muitas perguntas, vão direto na veia.
O Jarbas também está de parabéns!
Boa produção, sr. Jarbas! Um soneto dialogal. Beleza. Parabéns.
Agradeço, Marcelino!
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